segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Uma vez 1º Mundo, sempre 1º Mundo - Concluintes 9º ano


Meus queridos formandos este é um momento em que vocês, na presença de amigos, familiares e professores e convidados celebram uma vitória, desde há muito esperada. Hoje, vocês deixam de ser a Turma do 9º ano para ser Álvaro, Bruna, Camilia, Fernando, Jamilie, Jéssica, Juliana, Jonathan, Luana, Lucas, Maíra, Marina, Raíssa, Sabrina, Taciana, Tiago e Victor.


De hoje por diante, a noção de Turma que conferiu à vida de vocês, ao longo desses anos, estará guardada para sempre em suas memórias.


Esta memória estará adormecida até o momento em que a Saudade provocar em vocês a inquietação da lembrança. Esta lembrança proporcionará a vocês, além do sentimento de pertença, o direcionamento do próprio exercício da vida profissional.


Mas como um sentimento como a Saudade pode direcionar as nossas vidas?


A Saudade, meus queridos formandos, é muito mais do que a expressão de baixa pieguice; um sentimento rasteiro a que recorrem apenas os apaixonados ou os reacionários. Saudade é a celebração de um conjunto de valores que enobrecerão cada um de vocês com relação ao que vocês mesmos construíram ao longo desses anos. Sentir saudade é reviver a escola em forma de aprendizado, pois saudade é, acima de tudo, resultado de uma experiência.


A saudade nos faz refletir e, sobretudo, sentir com mais vigor, a presença de uma ausência.


A saudade não é fraqueza de ânimo de encarar corajosamente o presente e mesmo o futuro; pelo contrário, aos grandes criadores e até inovadores em política, em arte, em ação social nunca lhes faltou a capacidade de encontrar na saudade estímulos para os seus arrojos de criação e para suas audácias de renovação.


A saudade do Brasil fez com que José Bonifácio renunciasse as vantagens que lhe foram oferecidas pela Europa e viesse a ser o grande organizador do futuro brasileiro; foi a saudade do Brasil que inspirou Gonçalves Dias escrever os mais brasileiríssimos versos da Canção do Exílio, aqueles iniciados em “Minha terra tem Palmeiras”.


Tudo isto para lhes mostrar, queridos formandos, que a saudade, do contrário que dizem, não mata e nem é sentimento reacionário.


Peço para que todos vocês sintam saudade, pois ela, de hoje por diante, agirá como um cordão umbilical que os manterá vivos e presentes, embora ausentes desse espaço.


Como a estes autores acima citados que a “Saudade da Aula” sentida por vocês, a partir de agora, os cerquem de criatividade e inovação; que as dúvidas sejam banidas pela presença de um “passado específico” cheio de lições de Saudade; lições que vocês mesmos foram atores.


Assim, quando o momento exigir conhecimento em História, Geografia, Matemática, Português, Inglês, Espanhol, Artes, Ética que a saudade das aulas de Patrícia, Eronaldo, Ramon, Sérgio, Marise, Paulo, Teresa, Renata e Emanuelle tragam até vocês a aprendizagem de que precisam.


Mas a saudade, meus queridos formandos, só trará aquilo que cada um de vocês conseguiu dar a si mesmos ao longo desses anos.


A saudade é um bem particular carregado de sentido coletivo. É por isso que hoje vocês deixam de ser a Turma Concluinte do 9º ano para desempenhar o SER de cada um de vocês.


A partir de agora cada um trilhará seu caminho. Entre nós ficará a lembrança de nossos encontros e desencontros. Chegamos ao final com a consciência do dever cumprido. Fica a certeza de que cada um de nós contribuiu, mesmo que com erros, para o crescimento do outro.


Idéias, temperamentos gerando divergências sempre existirão, mas oferecemos à nossa amizade àqueles que nos quiseram bem, o nosso perdão àqueles que por motivos alheios à nossa vontade, não nos compreenderam nem se fizeram compreender. E os que por algum motivo deixaram-nos numa saudade antecipada, ficarão gravados num retrato sempre presente na memória.


Hoje nos separamos, mas nem mesmo a despedida acompanhada da possível distância conseguirá mudar em nós a lembrança dos momentos que passamos juntos nestes anos. Ficarão as recordações das brincadeiras em sala de aula, dos risos, das reuniões na cantina na hora do intervalo, das conversas paralelas durante as explicações. E dos bilhetinhos passados durante as aulas da professora mais exigente do colégio? Só quem pertenceu a tudo isso sabe do que estamos falando.


O 9º ano, considerado pelos professores como uma das salas mais promissoras do colégio, se ateve de rotina. Quase que diariamente havia uma “novidade”, seja entre os próprios colegas, seja entre os colegas e os professores. A diversidade de personalidades na sala, além de confusões rendeu também muitas gargalhadas.


Devemos ter em mente agora, que o que vale não é o ponto de partida ou de chegada é a caminhada. Aproveitemos o restante do percurso, caminhemos de mãos dadas.


É chegada a hora da partida, da separação, mas partamos confiantes em busca de nossos ideais. De tudo fica a saudade e a esperança de um novo re-encontro.


Ou bem ou mal, ou certo ou errado, nós fizemos parte da vida de vocês.


Portanto, em nome da Saudade criadora e inovadora desejamos a todos os concluintes um forte abraço cheio de Saudade. Muito obrigada!

Marise Ritondale




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